O Dilema da Nutrição Esportiva
No km 25 de uma maratona, sentindo as pernas pesadas, a energia esgotando-se rapidamente, e aquela dúvida cruel surgindo – “será que deveria ter optado pelo gel energético em vez da bebida isotônica, ou vice-versa?”. A nutrição durante o exercício pode literalmente definir o sucesso ou fracasso da sua prova, especialmente em distâncias longas, quando a depleção de glicogênio e a desidratação se tornam ameaças reais.
Ao longo de mais de uma década correndo e estudando a fundo nutrição esportiva, percebi que a confusão entre géis energéticos e bebidas isotônicas é extremamente comum entre corredores de todos os níveis. Apesar de ambos fornecerem energia durante a atividade física, eles têm propósitos sutilmente diferentes e podem ser mais ou menos adequados dependendo do seu tipo de corrida, metabolismo e preferências pessoais.
Neste artigo, vamos desvendar de uma vez por todas as diferenças entre géis energéticos e bebidas isotônicas, explorar quando cada um deles é mais indicado, analisar seus componentes, e você aprenderá exatamente como escolher a melhor opção para suas necessidades específicas. Seja você um corredor de 5K ou um ultramaratonista, ao final da leitura, você terá clareza para otimizar sua estratégia nutricional e potencializar seu desempenho. Pronto para acabar com as dúvidas e elevar seu nível nas corridas?
Compreendendo os Fundamentos: O Que São e Como Funcionam
Antes de decidir entre géis e isotônicos, é crucial entender o propósito e a composição de cada um desses suplementos.
Géis Energéticos: Concentração de Energia
Os géis energéticos são essencialmente carboidratos em forma concentrada e semi-líquida, projetados para fornecer energia rapidamente ao organismo durante atividades de alta intensidade.
Composição Típica:
- Maltodextrina e/ou outros carboidratos simples e complexos (20-30g por sachê)
- Eletrólitos (em quantidades menores que isotônicos)
- Cafeína (em algumas versões)
- Aminoácidos e outros aditivos (dependendo da marca e linha)
“Os géis são como bombas de carboidrato, entregando energia rapidamente ao organismo quando o glicogênio muscular começa a se esgotar,” explica a nutricionista esportiva Dra. Carla Mendes. “Sua forma concentrada permite consumir mais energia com volume mínimo, o que é ideal durante corridas de alta intensidade.”
Bebidas Isotônicas: Hidratação + Energia
Bebidas isotônicas, por outro lado, são formuladas para repor simultaneamente líquidos, eletrólitos e fornecer uma dose moderada de carboidratos.
Composição Típica:
- Água (componente principal)
- Carboidratos (geralmente 6-8% de concentração)
- Eletrólitos (sódio, potássio, magnésio)
- Vitaminas (em algumas formulações)
“A concentração de solutos nas bebidas isotônicas é similar à do sangue, o que facilita a absorção e ajuda a manter o equilíbrio hidroeletrolítico durante o exercício prolongado,” esclarece Dr. Ricardo Torres, médico do esporte que acompanha diversos atletas de elite.
A Principal Diferença: Concentração vs. Diluição
A distinção fundamental entre géis e isotônicos está na concentração de carboidratos e, consequentemente, na quantidade de água necessária para seu processamento:
- Géis: Altamente concentrados (70-80% de carboidratos), requerem água adicional para digestão e absorção adequadas
- Isotônicos: Moderadamente concentrados (6-8% de carboidratos), já contêm a água necessária para sua própria absorção
Quando Usar Cada Um: Fatores Decisivos Para Sua Escolha
A escolha entre géis e isotônicos deve ser baseada em diversos fatores, desde o tipo de corrida até suas características fisiológicas pessoais.
Duração e Intensidade do Exercício
A duração e intensidade da sua atividade são talvez os fatores mais importantes:
Géis Energéticos São Ideais Para:
- Corridas de média a longa distância (acima de 60-90 minutos)
- Momentos críticos que requerem energia rápida (subidas íngremes, sprints finais)
- Quando o volume de líquido é uma preocupação (menos volume para carregar)
- Treinos de alta intensidade em que a hidratação é gerenciada separadamente
Bebidas Isotônicas São Melhores Para:
- Corridas em climas quentes onde a hidratação é prioridade
- Atividades de longa duração (maratonas, ultramaratonas) como parte da estratégia completa
- Treinos de intensidade moderada com duração superior a 60 minutos
- Pessoas com estômagos sensíveis que não toleram bem a concentração dos géis
Condições Climáticas e Taxa de Sudorese
O ambiente onde você corre influencia significativamente sua escolha:
- Clima quente e úmido: Priorize bebidas isotônicas para repor fluidos e eletrólitos perdidos através do suor
- Clima frio e seco: Géis podem ser suficientes, com hidratação complementar mais moderada
- Alta taxa de sudorese individual: Opte por isotônicos ou combine géis com água em maior quantidade
“Sua taxa de sudorese é um fator crítico. Conheço atletas que perdem mais de 2 litros de suor por hora em climas quentes, tornando as bebidas isotônicas essenciais para seu desempenho e segurança,” compartilha o treinador Paulo Henrique, especialista em preparação para maratonas em climas tropicais.
Tolerância Gastrointestinal: Um Fator Decisivo
Talvez um dos aspectos mais subestimados na escolha entre géis e isotônicos seja a tolerância individual:
- Estômago sensível durante exercícios: Bebidas isotônicas tendem a ser melhor toleradas por seu menor teor de carboidratos
- Desconforto com grandes volumes de líquido: Géis podem ser preferíveis, com ingestão controlada de água
- Sensibilidade a ingredientes específicos: Verifique a composição (algumas pessoas são sensíveis à frutose ou cafeína presentes em muitos géis)
“Após anos ajudando corredores com sua nutrição, percebi que a tolerância gastrointestinal é frequentemente o fator que determina o sucesso ou fracasso de uma estratégia nutricional. Não importa quão perfeita seja a fórmula no papel – se seu corpo não a tolera durante o esforço, ela não funcionará,” observa a nutricionista esportiva Ana Cláudia Ferreira.
Analisando os Componentes: O Que Procurar e Evitar
Para fazer escolhas informadas, é importante entender os ingredientes-chave desses produtos e como eles afetam seu desempenho.
Carboidratos: O Combustível Primário
Os tipos de carboidratos presentes afetam diretamente a velocidade de absorção e o potencial de desconforto gastrointestinal:
Em Géis Energéticos:
- Maltodextrina: Carboidrato complexo, absorção relativamente rápida, menos doce
- Glicose: Absorção rápida, alto índice glicêmico
- Frutose: Usa via de absorção diferente, complementa outros carboidratos
- Mistura de fontes: Produtos modernos frequentemente usam múltiplos carboidratos para maximizar absorção
Em Bebidas Isotônicas:
- Sacarose: Açúcar comum, moderadamente absorvido
- Glicose e frutose: Em proporções balanceadas para facilitar absorção
- Maltodextrina: Em menor concentração que nos géis
“A tendência moderna em produtos de elite é usar misturas de carboidratos em razões específicas, como 2:1 de maltodextrina:frutose, que permitem maior absorção total de carboidratos – até 90g por hora em atletas treinados, comparado com 60g de uma única fonte,” explica Dr. Marcos Vinícius, pesquisador em fisiologia do exercício.
Eletrólitos: Mais Que Apenas Sódio
Os eletrólitos desempenham papel crucial no desempenho e na prevenção de problemas como câimbras e hiponatremia:
Principais Eletrólitos a Considerar:
- Sódio: Fundamental para função neuromuscular e retenção de fluidos (principalmente em isotônicos)
- Potássio: Importante para contração muscular e equilíbrio hídrico
- Magnésio: Auxilia na função muscular e prevenção de câimbras
- Cálcio: Contribui para contrações musculares eficientes
Como Avaliar o Conteúdo de Eletrólitos:
Um bom isotônico deve conter aproximadamente 500-700mg de sódio por litro, enquanto géis variam entre 40-200mg por porção, dependendo se são formulados para uso com água pura ou outros suplementos.
Aditivos e Ingredientes Funcionais
Além dos componentes básicos, muitos produtos contêm aditivos que podem oferecer benefícios adicionais:
- Cafeína: Estimulante que pode melhorar desempenho e reduzir percepção de esforço (50-100mg por porção)
- Aminoácidos (BCAAs): Podem reduzir fadiga central e dano muscular em eventos muito longos
- Taurina: Potencialmente benéfica para função cardíaca durante exercício prolongado
- Vitaminas do complexo B: Auxiliam no metabolismo energético
Estratégias Práticas: Como e Quando Consumir
Ter os produtos certos é apenas metade da equação. Entender como e quando consumi-los é igualmente crucial para seu desempenho.
Planejamento Por Tipo de Corrida
Adapte sua estratégia conforme a distância e intensidade:
Corridas de 5-10K (20-60 minutos)
- Recomendação para maioria dos corredores recreativos: Água é geralmente suficiente
- Competidores de elite/buscando performance máxima: Pequenos goles de isotônico ou meio gel antes e durante podem oferecer vantagem marginal
Corridas de 15-21K (1h15-2h30)
- Estratégia balanceada: Bebida isotônica a cada 15-20 minutos OU
- Estratégia alternativa: 1-2 géis (a cada 45-60 minutos) + água regular
Maratonas (3h-5h)
- Abordagem combinada recomendada:
- Géis a cada 45-60 minutos (totalizando 4-6 géis)
- Isotônicos ou água entre os géis
- Início do consumo aos 30-45 minutos de prova
Ultramaratonas (>5h)
- Estratégia personalizada essencial:
- Combinação de géis, isotônicos e alimentos sólidos
- Atenção redobrada aos eletrólitos, especialmente sódio
- Variação de fontes para evitar fadiga de sabor e digestiva
“A grande revelação para muitos corredores é que a estratégia nutricional deve ser treinada tanto quanto a corrida em si. Não deixe para testar produtos pela primeira vez no dia da prova,” enfatiza Carlos Eduardo, ultramaratonista com mais de 15 anos de experiência.
Protocolo de Hidratação Junto com Géis
Se optar por géis, a hidratação adequada é fundamental:
- Consumo de água: Aproximadamente 200-250ml junto com cada gel
- Timing: Água imediatamente após o gel, não vários minutos depois
- Aviso crucial: Nunca consuma géis em pontos de hidratação onde só há isotônicos, pois a combinação pode resultar em concentração excessivamente alta de carboidratos
Testando Sua Tolerância: Protocolo Seguro
Para descobrir quais produtos funcionam melhor para você:
- Comece testando durante treinos de baixa intensidade
- Aumente gradualmente a quantidade e frequência
- Simule as condições de corrida em treinos longos
- Mantenha um diário detalhando produtos, quantidades e resultados
- Avance para testes em ritmo de prova apenas quando tiver boa tolerância
“O maior erro que vejo corredores cometendo é testar algo novo no dia da prova. Seu intestino é tão importante quanto suas pernas numa maratona, e merece o mesmo respeito e preparação,” alerta a gastroenterologista Dra. Fernanda Lima, especializada em atletas de endurance.
Opções Comerciais vs. Naturais: Prós e Contras
Para completar nossa análise, vamos examinar as alternativas aos produtos comerciais.
Alternativas Naturais Para Géis
Opções caseiras ou naturais que podem substituir géis comerciais:
- Purê de frutas: Banana com mel em pacotinhos reutilizáveis (aproximadamente 25g de carboidratos)
- Tâmaras: 2-3 tâmaras fornecem cerca de 20-25g de carboidratos rápidos
- Mel puro: Alta concentração de frutose e glicose, facilmente transportável
- Pasta de batata-doce: Rica em carboidratos complexos de liberação mais gradual
Prós das opções naturais:
- Menos aditivos artificiais
- Geralmente mais econômicas
- Digestão mais natural para alguns atletas
Contras das opções naturais:
- Menos precisão na dosagem de carboidratos
- Menor praticidade de transporte e consumo
- Ausência de eletrólitos e componentes adicionais
Isotônicos Caseiros e Alternativas
Receitas e substituições para bebidas comerciais:
Receita básica de isotônico caseiro:
- 500ml de água
- 30g de carboidrato (açúcar, mel, ou mistura)
- 1/4 colher de chá de sal
- Suco de limão ou laranja para sabor (opcional)
Alternativas naturais a isotônicos:
- Água de coco: Naturalmente rica em potássio, baixa em sódio
- Chás diluídos com mel e pitada de sal
- Sucos diluídos (1:1 com água) com pitada de sal
“Fiquei surpreso quando comecei a testar isotônicos caseiros em ultramaratonas. Para muitos corredores, especialmente os com estômagos sensíveis, essas versões caseiras são melhor toleradas que produtos comerciais,” compartilha Rodrigo Mendes, treinador de corrida e ultramaratonista.
Análise de Custo-Benefício
Um fator importante na decisão entre produtos comerciais e alternativas naturais:
Opção | Custo por treino/prova | Praticidade | Precisão nutricional |
---|---|---|---|
Géis comerciais | R$8-15 por unidade | Alta | Alta |
Géis caseiros | R$1-3 por porção | Média | Média-Baixa |
Isotônicos comerciais | R$10-20 por litro | Alta | Alta |
Isotônicos caseiros | R$1-2 por litro | Média | Média |
“Em um ano de treinamento para maratona, a diferença entre usar exclusivamente produtos comerciais versus alternativas caseiras pode facilmente ultrapassar R$1.000. Para muitos corredores, uma abordagem híbrida oferece o melhor equilíbrio,” observa Amanda Campos, economista e maratonista amadora.
Conclusão: Personalizando Sua Estratégia Nutricional
Após essa análise completa, fica claro que não existe uma resposta única para todos os corredores. A escolha entre géis energéticos e bebidas isotônicas – ou uma combinação de ambos – deve ser baseada em suas necessidades individuais, tipo de atividade e preferências pessoais.
Os géis oferecem energia concentrada em volume mínimo, ideal para momentos críticos e corridas onde o peso e volume carregados são preocupações importantes. Já as bebidas isotônicas brilham quando a hidratação e reposição de eletrólitos são tão cruciais quanto o fornecimento de energia.
Para a maioria dos corredores, especialmente em eventos de média a longa duração, a estratégia mais eficaz geralmente envolve uma combinação inteligente: géis para momentos estratégicos que exigem energia rápida e bebidas isotônicas para manutenção contínua da hidratação e eletrólitos.
O segredo está na experimentação metódica e personalização. Reserve tempo em seu treinamento para testar diferentes produtos e estratégias, mantendo registros precisos de como seu corpo responde. Lembre-se que a nutrição esportiva é tão individual quanto sua biomecânica de corrida ou seu plano de treinamento.
Agora é com você: experimente, ajuste e descubra a combinação perfeita que manterá seu tanque cheio, sua hidratação ideal e seu desempenho no auge, do início à linha de chegada.
Qual tem sido sua experiência com géis e isotônicos? Você já encontrou a combinação perfeita ou ainda está experimentando? Compartilhe nos comentários e vamos trocar experiências que podem ajudar toda nossa comunidade de corredores!
Perguntas Frequentes Sobre Géis e Isotônicos
Posso tomar géis energéticos com bebidas isotônicas ao mesmo tempo?
Tecnicamente é possível, mas geralmente não é recomendado tomar géis energéticos diretamente com bebidas isotônicas no mesmo momento. Essa combinação pode criar uma solução com concentração excessivamente alta de carboidratos no estômago (hipertônica), potencialmente causando desconforto gastrointestinal, retardando o esvaziamento gástrico e a absorção de nutrientes.
A abordagem mais eficaz é separar seu consumo:
- Consuma o gel com pequenos goles de água pura
- Espere 15-20 minutos antes de ingerir isotônicos
- Alternativa: divida seu consumo em zonas da corrida (por exemplo, géis em subidas, isotônicos em trechos planos)
Para eventos de longa duração como maratonas e ultramaratonas, é perfeitamente viável e frequentemente recomendado utilizar ambos os produtos ao longo do evento – apenas não simultaneamente.
“Em meus primeiros anos como corredor, cometi esse erro clássico de tomar gel com isotônico e acabei enfrentando problemas digestivos sérios no km 30 da maratona de Chicago. Uma lição valiosa que compartilho com todos meus atletas,” relata Fernando Oliveira, coach de corrida e maratonista sub-3.
Com que antecedência antes da corrida devo consumir géis ou isotônicos?
O timing pré-corrida para consumo de géis e isotônicos varia dependendo do produto e suas necessidades individuais:
Para géis energéticos:
- Opção padrão: 10-15 minutos antes da largada
- Para estômagos sensíveis: 20-30 minutos antes
- Géis com cafeína: idealmente 30 minutos antes para maximizar os efeitos da cafeína
Para bebidas isotônicas:
- Hidratação gradual: 300-500ml nos 60 minutos que antecedem a prova
- Última ingestão: 150-200ml cerca de 15 minutos antes da largada
- Em climas quentes: continue bebendo pequenos goles até momentos antes da largada
O objetivo é começar a corrida adequadamente hidratado e com níveis de glicose sanguínea estáveis, sem desconforto estomacal ou necessidade de paradas sanitárias prematuras.
“A estratégia pré-corrida é tão importante quanto durante o evento. Recomendo que meus atletas testem diferentes timings durante os treinos para identificar seu ‘ponto doce’ pessoal entre energia adequada e conforto digestivo,” aconselha Dra. Patrícia Mello, nutricionista de atletas olímpicos brasileiros.
Qual a diferença entre géis com e sem cafeína, e quando devo escolher cada um?
A cafeína é um dos aditivos mais populares em géis energéticos devido a seus benefícios comprovados para desempenho. Entenda as principais diferenças:
Géis com cafeína:
- Conteúdo típico: 25-100mg por sachê (uma xícara de café contém aproximadamente 80-100mg)
- Benefícios: Redução da percepção de esforço, aumento da utilização de gordura como combustível, melhora da concentração e potencialmente maior potência muscular
- Melhor momento para uso: Segunda metade de eventos longos, antes de segmentos desafiadores, ou quando fadiga mental/física começa a surgir
Géis sem cafeína:
- Melhor para: Corredores sensíveis à cafeína, eventos noturnos que poderiam afetar o sono subsequente, primeira parte de corridas longas
- Vantagens: Sem risco de efeitos colaterais como ansiedade, aumento da frequência cardíaca ou desconforto gastrointestinal relacionados à cafeína
A resposta individual à cafeína varia significativamente devido a fatores genéticos e habituação. Pessoas que consomem cafeína regularmente no dia-a-dia podem precisar de doses maiores para sentir benefícios durante o exercício.
“Um aspecto frequentemente ignorado é o timing da cafeína. Seus níveis no sangue geralmente atingem o pico 30-60 minutos após a ingestão, então planeje estrategicamente consumir géis com cafeína antes de pontos críticos da corrida,” recomenda Dr. André Pereira, especialista em fisiologia do exercício.
Como armazenar e transportar géis durante a corrida de forma prática?
O armazenamento e transporte adequados de géis podem fazer grande diferença no conforto e eficiência durante sua corrida. Aqui estão as melhores opções:
Opções de transporte para géis:
- Bolsos em shorts/leggings específicos: Muitas marcas oferecem shorts com múltiplos bolsos projetados especificamente para géis
- Cintos de corrida: Modelos com compartimentos individuais evitam o barulho e permitem acesso rápido
- Mochilas de hidratação: Além do reservatório para líquidos, oferecem bolsos pequenos ideais para géis
- Braceletes para géis: Opção leve que mantém 2-4 géis acessíveis no pulso
- Coletes de corrida: Distribuem o peso e oferecem múltiplos compartimentos
Dicas práticas:
- Posicione os géis na ordem de consumo planejada
- Em climas quentes, coloque-os próximos ao corpo para evitar que fiquem demasiadamente viscosos
- Dobre a extremidade superior para facilitar a abertura durante a corrida
- Para provas com pontos de hidratação espaçados, marque quais géis precisarão de água adicional
“Depois de muito erro e acerto, descobri que o melhor para mim é usar um cinto de corrida com os géis organizados na sequência de consumo. Também dedico alguns segundos antes da prova para fazer um pequeno corte no topo de cada sachê, facilitando a abertura com os dentes durante a corrida,” compartilha Beatriz Santos, corredora de longa distância e blogueira esportiva.
Qual a diferença entre marcas populares de géis e isotônicos? Existe uma “melhor marca”?
Embora os princípios básicos sejam similares, existem diferenças significativas entre as marcas que podem afetar sua experiência:
Diferenças comuns entre marcas de géis:
- Consistência: Varia de quase líquida a bastante viscosa
- Perfil de carboidratos: Algumas usam apenas maltodextrina, outras misturas complexas de carboidratos
- Sabores disponíveis: De opções tradicionais (frutas) a inovadoras (café, doces)
- Presença de aditivos: Aminoácidos, eletrólitos, cafeína, antioxidantes
- Embalagem: Facilidade de abertura e transporte durante a corrida
Diferenças entre marcas de isotônicos:
- Osmolalidade: Algumas marcas são verdadeiramente isotônicas, outras tendem ao hipotônico ou hipertônico
- Perfil de eletrólitos: Variações significativas, especialmente em teor de sódio
- Teor de carboidratos: Geralmente entre 6-8%, mas pode variar
- Sabores e acidez: Afetam tolerância gastrointestinal durante o esforço
Não existe uma “melhor marca” universal – o que funciona melhor varia enormemente entre indivíduos. Fatores como tolerância pessoal, sabores preferidos, tipo de evento e condições ambientais influenciam a escolha ideal para cada corredor.
“Depois de testar mais de 15 marcas diferentes de géis ao longo dos anos, percebi que não existe um produto perfeito para todos. Recomendo que cada corredor crie sua própria ‘tabela de avaliação’ testando diferentes opções em treinamentos e anotando tolerância, energia percebida e desconfortos para identificar seu match perfeito,” sugere Gustavo Pereira, ultramaratonista e pesquisador em ciências do esporte.

Se tem uma coisa que me move, literalmente, é a corrida. Sou completamente apaixonado por esse universo dos atletas – e não me limito a apenas praticar. Estudo profundamente cada aspecto desse mundo dinâmico e desafiador.
Acompanho de perto os principais eventos e maratonas, mergulho em estratégias de corrida, técnicas de preparação física e na melhor forma de utilizar equipamentos e acessórios. Meu conhecimento vai muito além da teoria — é fruto de anos de experiência, vivência e dedicação.
Atualmente, sou colunista e escritor da Brasil Esportes, uma empresa especializada em cronometragem de corridas por todo o Brasil. Aqui no blog, compartilho tudo o que aprendo e vivencio nesse universo: das provas mais interessantes até reviews detalhados de tênis e acessórios esportivos, sempre com um olhar técnico e, claro, apaixonado.
Tenho 32 anos, um espírito inquieto e o desejo constante de trazer conteúdo de qualidade tanto para quem está começando quanto para corredores mais experientes. Como bom pisciano, acredito que a energia e a determinação são combustíveis essenciais para qualquer atleta.
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